A PPRLVCROM é uma área protegida de âmbito regional que se estende pelo litoral de Vila do Conde, desde a foz do rio Ave (Azurara) até à foz do rio Onda (Labruge). Compreende uma grande diversidade de habitats, sobretudo praias, dunas, rochedos litorais, pequenos estuários, zonas florestadas, ribeiras, campos agrícolas e matos.

A génese desta área protegida está na Reserva Ornitológica de Mindelo (ROM), a mais antiga do país, criada em 1957 pela mão do Professor Santos Júnior, e conhecida pela maior parte das pessoas simplesmente como "a reserva".

Nas primeiras décadas de existência esta foi palco de uma série de estudos e ações de conservação, sobretudo ligadas à ornitologia, mas ao longo dos anos sucederam-se vários atentados contra a área protegida, como a extração de areias, a expansão urbana, a deposição de resíduos, ou a proliferação de flora invasora.

Em 2009 foi reclassificada como PPRLVCROM, tendo sido acrescentadas um conjunto de importantes áreas, como o Castro de São Paio, à anterior área nuclear da ROM. No entanto, pese embora a reclassificação, criação de órgãos e regulamento de gestão, mantêm-se os principais focos de pressão e degradação ecológica, sobre esta importante área para a conservação da natureza!

A APAP é membro efetivo do Conselho Consultivo da Paisagem protegida Regional do Litoral de Vila do Conde e Reserva Ornitológica de Mindelo.

Observação de fauna e flora

A observação da biodiversidade que nos rodeia, é uma atividade que nos permite desfrutar a natureza, mas se realizada de forma organizada, permite igualmente a transmissão de conhecimentos e a recolha de dados de presença e abundância de espécies.

As nossas atividades são abertas a todas as idades e públicos, sócios e não-sócios, independentemente da sua formação ou experiência prévia:

• Observação de aves nos Estuários dos rios Ave e Onda, em regra na manhã do primeiro domingo de cada mês;
• Observação noturna de anfíbios e escuta de morcegos;
• Percursos interpretativos a biodiversidade da PPRLVCROM;
• Atividades desenhadas para escolas.

Conservação da Natureza

Apesar de amplamente difundido o conceito "pensar globalmente, agir localmente", a conservação da natureza à escala da microreserva e da comunidade local, é pouco reconhecida, o que não significa que apresente pouca importância, desde logo por estar ao alcance de todos!

Na vertente da conservação, a APAP tem desenvolvido diversos projetos:

• Manutenção de um viveiro próprio de flora autóctone;
• Ações de controlo de flora invasora e plantação de flora nativa;
• Ações de restauro e melhoria ecológica na PPRLVCROM e na Tapada do Corgo, em Macieira da Maia;
• Plano para a educação para a conservação dos anfíbios, em parceria com os Charcos com Vida, projeto vencedor do prémio especial na categoria de ambiente, no âmbito do "Concurso de Ideias HidroDinâmic@s" e financiado pela Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, Fundação Calouste Gulbenkian e Águas do Tejo Atlântico;
• Ações de limpeza de resíduos no estuário do Ave;
• Sensibilização para a nidificação do borrelho-de-coleira-interrompida nas praias de Vila do Conde, durante a época balnear.

Ciência Cidadã

A participação do público, independentemente da sua formação formal, em projetos de investigação científica, é a base da ciência cidadã e permite, entre outros aspetos, a recolha de grandes volumes de dados.

Desde a sua criação em 2015, a APAP participa e apoia diversos projetos de ciência cidadã, assim como de investigação científica:

• Realização de contagens no âmbito do Projeto Arenaria -  Monitorização da Distribuição e Abundância de Aves nas Praias e Costas de Portugal (ISPA/MARE/SPEA);
• 1º e 2º Censos Nacionais do pilrito-das-praias;
• Censo nacional da águia-pesqueira;
• 1º Censo Ibérico da escrevedeira-dos-caniços;
• Apoio a projetos de investigação no âmbito de doutoramento.

Divulgação e educação ambiental 

Não é possível conservar o que não se conhece. A educação ambiental é um vetor para o desenvolvimento de valores e comportamentos de cidadania ambiental, que a título individual ou coletivo, contribuirão significativamente para a conservação da natureza e para sociedades mais sustentáveis.

A APAP desenvolve esta vertente ao longo de vários eixos de atuação:

• Produção de edições, como o livro "Fauna Terrestre da PPRLVCROM", primeira obra impressa sobre a mais antiga área protegida do país;
• Produção de conteúdos de sensibilização através de redes sociais;
• Palestras temáticas online ou em escolas;
• Visitas interpretativas da biodiversidade local, com escolas e centros de estudo.

Pedestrianismo

O nome da associação, Pé Ante Pé, guarda em si um pouco da sua génese histórica, na medida em que a ideia da criação da APAP surgiu no seio de um pequeno grupo, que encontrava nas caminhadas, uma excelente forma de contactar com a natureza.

As caminhadas a APAP, realizadas a cada 2 ou 3 meses, um pouco por toda a zona norte do país, têm em comum o facto de se desenvolverem sempre em contexto de grande valor natural, permitindo assim aliar a fruição e a prática física, com a observação da fauna e flora.